Estudo mostra que o consumo de álcool, tabaco e outras drogas aumentou nos últimos cinco anos em Portugal.
A cannabis é a substância em que o consumo mais cresceu. Em média, os portugueses começam a consumir a droga a partir dos 18 anos.
Os consumos de drogas como álcool, tabaco e de substâncias psicoativas ilícitas, principalmente ‘cannabis’, aumentaram nos últimos cinco anos em Portugal, segundo um estudo do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) divulgado no dia 19 de setembro de 2017.
“Verificamos uma subida das prevalências dos consumos de álcool e tabaco e de uma qualquer substância psicoativa ilícita (marcada, essencialmente, pelo peso do consumo da cannabis na população entre os 15 e os 74 anos, entre 2012 e 2016/17, revela o “IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2016/17”.
O estudo visou estimar as prevalências dos consumos de substâncias psicoativas lícitas (álcool, tabaco, medicamentos – sedativos, tranquilizantes ou hipnóticos, e esteroides anabolizantes), e ilícitas (cannabis, ecstasy, anfetaminas, cocaína, heroína, LSD, cogumelos mágicos e de novas substâncias psicoativas), bem como das práticas de jogo a dinheiro.
Segundo o estudo, o consumo de álcool apresenta subidas das prevalências ao longo da vida, quer entre a população total (15-74 anos) quer entre a população jovem adulta (15-34 anos), e entre homens e mulheres.
O consumo do tabaco apresenta uma ligeira subida da prevalência ao longo da vida, que, segundo o relatório, “se deve sobretudo ao aumento do consumo entre as mulheres”.
Nos medicamentos, terceira substância mais consumida na população total, as prevalências descem, refere o inquérito, que foi iniciado em 2001, tendo sido replicado em 2007, 2012, e em 2016/2017, que envolveu uma amostra de 12 mil inquiridos, representativa da população geral entre os 15 e os 74 anos.
O estudo verificou também uma subida de 8,3% em 2012, para 10,2% em 2016/17, nas prevalências do consumo de substâncias psicoativas ilícitas. Registraram-se subidas em ambos os gêneros quando considerada a população total, uma descida entre os homens e uma subida entre as mulheres jovens adultas.
“Estas são as tendências que se verificam na ‘cannabis'”, a substância ilícita com maior peso entre as drogas pesquisadas, observam os resultados provisórios do estudo.
Os dados apontam também uma subida ligeira do consumo de cocaína na população total, embora desça entre a população jovem adulta.
As anfetaminas apresentam uma prevalência de consumo ao longo da vida igual à registrada em 2012 na população total, tendo descido nos homens e aumentado nas mulheres.Este consumo desce na população jovem adulta, embora tenha subido de 0,2% para 0,4% entre as mulheres.
O consumo de heroína também se manteve face a 2012, enquanto nas restantes substâncias consideradas há uma descida das prevalências de consumo ao longo da vida.
Sobre a idade média de início do consumo, verificou-se que o consumo do primeiro cigarro e da primeira bebida alcoólica é o que apresenta uma média de idades mais baixa (17 anos).
O consumo regular de tabaco e de ‘cannabis’ surge, em média, aos 18 anos, enquanto o dos medicamentos e dos esteroides anabolizantes aos 40 e 33 anos, respectivamente.
Comparativamente a 2012, verifica-se uma idade média de início de consumo mais tardia para o álcool, tabaco, medicamentos, anfetaminas, heroína, LSD e cogumelos alucinógenos.
Relativamente às durações dos consumos, observa-se que o álcool é a que apresenta uma maior duração média (25/26 anos), seguindo-se o tabaco, acima dos 20 anos.
Entre as substâncias ilícitas, a duração média dos consumos atuais é superior na ‘cannabis’ e na cocaína, em torno dos 15 anos.
Fonte: TSF Rádio Notícias