XVI CLACT – “A CT inserida na Política de Drogas”

Palestra de Luis B. Bononato Vázquez durante a XVI Conferência Latino-Americana de Comunidades Terapêuticas – CLACT Brasil 2017 fala sobre “A CT inserida na Política de Drogas”

 

No dia 07 de dezembro, durante a XVI CLACT Brasil 2017, o presidente da Asociación Proyecto Hombre España, Luis B. Bononato Vázquez, falou sobre a CT inserida na Política de Drogas.

O primeiro centro da Associação foi aberto em 1984 e unifica as 27 fundações do Projeto Hombre na Espanha que trabalham em prevenção, tratamento e reinserção de pessoas com problemas de drogas e outras adicções em 210 instalações.

O Projeto trabalha com 8 comissões de especialistas:

  • Plano estratégico
  • Avaliação e Inovação
  • Formação
  • Comunicação
  • Prevenção (escola e trabalho)
  • Voluntariado
  • Internacional

Bononato ressaltou a importância de um trabalho conjunto envolvendo a administração pública, as empresas e ONG´s e apresentou uma tabela com a evolução da intervenção nas adicções ao longo dos últimos 25 anos:

CT - Intervenções ao longo dos últimos 25 anosVárias campanhas de prevenção têm sido feitas pelo Projeto em conjunto com o governo espanhol e a Escuela de Familias para sensibilizar jovens e famílias.

 

Estudo de 2012 a 2016 – conclusões

 

Analisando um estudo feito de 2012 a 2016 pelo Projeto, chegou-se às seguintes conclusões:

 

CT - Gráfico de Substâncias

  • Como substância única, a cocaína situa-se em 1º lugar, ainda que o álcool, em qualquer de seus formatos, a supere;
  • 1 de cada 10 pessoas que inicia o tratamento o fazem por problemas com a cannabis;
  • Existe uma tendência de baixa do uso de álcool;
  • Observam-se diferenças nas idades do uso abusivo em função das substâncias, sendo o álcool e a cannabis as de início mais precoce.

Considerando estas conclusões, seguem algumas recomendações:

  • Investir na reinserção sociolaboral;
  • Elaborar estratégias de prevenção, detecção precoce e intervenção no âmbito laboral;
  • Implantar recursos de apoio que facilitem o acesso a mulheres com encargos familiares e de trabalho;
  • Analisar profundamente o impacto dos abusos sofridos, especialmente em mulheres, pelo uso de drogas;
  • Melhorar a intervenção com o ambiente sociofamiliar;
  • Promoção da formação e emprego
  • Coordenação com a rede pública de saúde mental;
  • Incentivar a aplicação de medidas alternativas à prisão.

rEDES INTERNACIONAIS A QUE PERTENCE O PROJETO HOMBRE

O Projeto Hombre faz parte de várias Redes Internacionais e Redes Europeias como:

  • Federação Mundial de CT (WFCT)
  • Rede Ibero-Americana de ONG´s que atuam em DQ (RIOD)
  • Federação Europeia de CT (EFCT)
  • EuroTC (P. Hombre Castilla La Mancha)
  • European Companionship in Education: “training by travel” (ECEtt)
  • Proyeto Hombre Braga (Portugal).

Além disso, tem convênio de Colaboração com:

  • Federação Latino-Americana de CT (FLACT)
  • Federação Internacional de Universdades Católicas (FIUC – IFCU)
  • Federação Italiana de CT´s
  • Serviço de Voluntariado Europeu

Todas estas redes servem para troca de experiências, recompilação de dados e para dar voz às pessoas atendidas perante os fóruns públicos internacionais e a sociedade.

 

Observatório europeu de drogas e dependência química (OEDT)

 

Até o final do ano de 2017, metade dos membros da UE terão modificado sua estratégia nacional sobre drogas para ter uma política e estratégia com uma abordagem mais integral e compreensiva sobre adicções com e sem substância.

Há algumas ações ou atividades que se fazem a nível europeu (entre todos os        países membros) porque se considera que é mais eficaz e pode conseguir mais valor agregado e fazê-lo juntos, porém as legislações e políticas são decididas a nível nacional.

A vantagem da maneira como funciona na Europa é que temos um diálogo muito mais técnico e com mais evidência científica do que antes, porém não significa que a decisão tenha deixado de ser política.

O papel dos estados e dos programas de saúde pública são muito importantes e não só falando do álcool. Na Europa, o comércio não tem todos os direitos.

Por exemplo:  com o tabaco, na Europa, os governos têm obtido resultados importantes com as medidas tomadas para reduzir o consumo de tabaco, evitar enfermidades, câncer, etc.