FEBRACT em Brasília discute a importância das Comunidades Terapêuticas na comissão externa de prevenção ao consumo de drogas por adolescentes
No dia 25 de outubro de 2017, a FEBRACT participou no Congresso Nacional na Comissão Externa de Prevenção ao Consumo de Drogas por Adolescentes, representada por seu Conselheiro, Delegado da FEBRACT-RS, o Psicólogo Ricardo Valente, juntamente com Egon Schlüter, Secretário Geral da Cruz Azul no Brasil, e Presidente da Confederação Brasileira de Comunidades Terapêuticas – CONFENACT, e Adalberto Calmon, Conselheiro da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (FEBRACT), Assessor Jurídico da Confederação Nacional das Comunidades Terapêuticas (CONFENACT) e Procurador Geral da Fazenda da Esperança, além do Deputado Federal Eros Biondini, Presidente da Comissão Parlamentar das Comunidades Terapêuticas.
Diversas ponderações foram feitas ao respeito da importância da Comunidade Terapêutica como ambiente de promoção da vida e de estabelecimento de vínculos saudáveis.
Egon citou como exemplo disto as CTs das diversas Federações como exemplos de equipamentos bem estruturados à serviço da promoção humana, e ressaltou a falta de fundamentação dos recorrentes ataques realizados contra as Comunidades Terapêuticas sendo que os autores destes ataques desconhecem o que é de fato uma verdadeira Comunidade Terapêutica.
Ricardo se manifestou em nome da FEBRACT ressaltando o modelo de tratamento da Comunidade Terapêutica, embasado e referenciado por importantes autores da psicanálise, como a teoria do holding, de Donald W. Winnicott, que também aborda a questão da prevenção ao uso e abuso de drogas, transportando a teoria da psicologia do desenvolvimento para o mundo contemporâneo, ressaltando a importância do ambiente no desenvolvimento da juventude.
Para Winnicott, cada ser humano traz um potencial inato para amadurecer, para se integrar; porém, o fato de essa tendência ser inata não garante que ela realmente vá ocorrer.
Isto dependerá de um ambiente facilitador que forneça os cuidados necessários, sendo que, no início, esse ambiente é representado pela mãe suficientemente boa.
É importante ressaltar que esses cuidados dependem da necessidade de cada criança, pois cada ser humano responderá ao ambiente de forma própria, apresentando, a cada momento, condições, potencialidades e dificuldades diferentes.
Segundo esse autor, a mãe suficientemente boa (não necessariamente a própria mãe do bebê) é aquela que efetua uma adaptação ativa às necessidades do bebê, adaptação esta que diminui gradativamente, segundo a capacidade deste em aquilatar o fracasso da adaptação e em tolerar os resultados da frustração.
De acordo com esta teoria, o ambiente adoecido contribui fortemente com o início do consumo e, decorrentemente, do abuso de drogas por parte destes jovens.
Para Winnicott o ambiente é responsável por oferecer saúde, cuidado, nutrição, acolhimento, amor, para que o trânsito no processo do desenvolvimento o leve da dependência absoluta para a autonomia.
Ricardo compara o modelo e o ambiente da Comunidade Terapêutica com a teoria do holding de Winnicott, enxergando esta como um espaço de maternagem, de resgate, de amor, de vínculo, de contato com a realidade, ajudando o dependente químico a recuperar a sua autonomia e se reinserir totalmente na sociedade.
Portanto, a Comunidade Terapêutica seria o contraponto saudável para o ambiente precário, que levou o jovem a experiências profundas de privação material, privação de afeto, privação de recursos básicos e contato com a realidade.
Na Comunidade Terapêutica ele poderia transcender estas experiências e ressignificar de forma profunda as suas experiências anteriores.
A verdadeira e eficaz Comunidade Terapêutica seria, então, a mãe suficientemente boa que oferece as condições necessárias para o bom desenvolvimento.
Contando com a presença do Deputado Federal Eros Biondini, Presidente da Comissão Parlamentar das CTs, encerrou-se a sessão.
XVI Conferência Latino-Americana de Comunidades Terapêuticas
Num segundo momento, o grupo teve uma agenda com a Psicóloga Magda Rodrigues, responsável pelos projetos da SENAD, tratando de temas de interesse das CTs, dos projetos e convênios, assim como sobre a XVI Conferência Latino-Americana de Comunidades Terapêuticas, organizada conjuntamente entre a FEBRACT e a FLACT e que acontecerá em Campinas, nos dias 7 a 9 de dezembro de 2017.
A Conferência é um evento com programação técnica, composta por palestras, painéis e apresentações de trabalhos abordando assuntos de destaque na política nacional sobre drogas e contará com a participação de membros da academia e especialistas de renome nacional e internacional, gestores públicos, profissionais de saúde e juristas, além de outros técnicos, representantes e lideranças reconhecidas do segmento.
Acesse o site da Conferência e conheça os palestrantes e programação completa:
www.clactbrasil.com.br
Veja fotos tiradas no evento:










